quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A cada vez que o sol nasce surgem novas esperanças, que definham durante o correr do dia e se acabam no começo da noite. Sempre assim, nesse ciclo onde tudo muda a cada instante, e isso tem me confundido nas últimas semanas, tenho pensado em você a cada instante, os dias e as noites se misturam sem cessar, me deixando mais sem noção do tempo e de tudo, menos de você. E dessa forma eu espero ver o sol nascer de novo, espero você chegar com as esperanças de um possível nós.

                                                                                                    R. 
É, depois de algum tempo resolvi encarar o papel de novo. Amadureci mais, regredi, me conformei, depois de todos esses meses fazendo planos eu parei de querer premeditar tudo, de pensar no amanhã e deixar de viver o hoje, as mudanças começaram e o que foi não volta mais, estará tudo diferente, mas eu não quero esquecer e nem conseguiria. É um pecado tentar deixar para trás tudo o que vivemos e eu choro ao pensar que esse tempo tão bom já não voltará mais. Choro ao perceber quão hipócrita eu fui ao exigir de você o que nem eu seria capaz de dar e ao ver todos os nossos sonhos e esperanças escorrerem com a chuva pelo vidro da minha janela. Viverei aqui e você aí até que algum acaso nos leve para o mesmo lugar, até que você possa me ouvir te chamar e ver o teu sorriso; correr ao teu encontro e ver os teus braços abertos; me enlaçar no teu corpo em um abraço apertado e ter a certeza que você estará tão feliz quanto eu.

                                                                                 R.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Neste mundo você tentou não me deixar para trás só. Não há outro modo, eu rezei aos deuses para deixarem ele ficar. As lembranças aliviam a dor por dentro, Agora eu sei porque. Todas as minhas lembranças mantém você próximo. Em momentos silenciosos imagino você aqui. Todas as minhas lembranças mantém você próximo. Seus sussurros silenciosos, lágrimas silenciosas. Me fez prometer que eu tentaria encontrar meu caminho de volta nesta vida. Eu espero encontrar um modo para me dar um sinal que você está bem. Me recordo novamente, isto é o valor de tudo, então eu posso continuar seguindo. Juntos em todas essas lembranças, eu vejo seu sorriso.  Todas as lembranças eu guardei tão bem. Meu bem, sabes que irei amá-lo até o fim dos tempos.
 
                  
                  Todas as minhas lembranças...

Mochila nas costas, sandálias nas mãos e o cabelo preso. À frente: o mar; atrás: o passado. Inúmeras nuvens estão sobre mim, mas queria que chovesse, estou caminhando pela praia há mais ou menos vinte minutos e não há ninguém além de mim. Demorei um certo tempo para perceber que estive durante toda minha vida como estou agora, sozinha. Parei, sentei e esperei te encontrar "por acaso", mas ninguém apareceu, quis perder todos os meus documentos ou qualquer outra coisa que revelasse a minha identidade, me jogar no mar e me deixar levar para algum lugar tão longe que eu não pudesse mais voltar. 

Quis morrer só pra saber quem choraria por mim ou pela minha personagem. Quis deixar tudo para trás e começar de novo, do zero. Sim, eu quis desistir. Fugir para o sul com documentos falsos não seria uma má idéia, afinal eu tenho várias faces e algumas delas ainda estão na caixa. Vem comigo, amor. Vamos mostrar para o mundo do que somos capazes, viajaremos juntos para qualquer lugar, e enquanto tivermos um ao outro seremos imortais.

Vamos aproveitar o que o mundo nos reserva enquanto ainda somos jovens, tenha coragem e me acompanhe, ou fique para trás junto com o passado enquanto eu caminho para o futuro sozinha, indo em direção do mar sem que ninguém possa me impedir, até por quê não há quem possa fazer isso, não mais.

                                                                                                            R.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010



Faria tudo que você quisesse, as maiores loucuras. Deixaria que você me guiasse de olhos fechados, deixaria que você me observasse dormir, te mostraria o lugar que escondo o meu diário, contaria os meus medos, segredos e desejos, permitiria que você visse o meu universo, te diria os nomes dos meus filmes, músicas e livros favoritos, te faria sorrir a cada segundo, te faria bem. Tudo seria diferente se você quisesse.

Os teus segredos estariam salvos comigo, seriam os nossos segredos, seríamos um para o outro o porto seguro, serei o seu alicerce, te daria explicações bobas para assuntos sérios, estaria ao seu lado quando precisasse de mim. Te levaria junto comigo para qualquer lugar que eu fosse. Estaríamos - de certa forma - novamente juntos mesmo que estivéssemos longe estaríamos felizes. Você só precisa dizer que ainda me espera.

                                                                                                      R.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Músicas velhas, filmes sem cores e livros amarelados sempre me traíram muito. Aprendi a ter um gosto por clássicos e eles me ajudaram em certas situações. Enfim, vi muitos filmes românticos e no fundo eu tinha inveja daqueles personagens. E quem nunca teve? Toda adolescente da minha idade sonha com isso, e sonhar não é um erro, é um dom.

E eu ainda sonho em encontrar o meu amor de cinema, aquele que a gente sabe que só encontra uma vez na vida, aquele que nos tira o fôlego e que é um canalha, mas que no final se torna um mocinho. Aquele que, mesmo com a distância estará lá, nos esperando e que se fosse preciso esperaria uma eternidade. Mas isso não existe na vida real, ninguém é tão perfeito assim sem seguir um roteiro.


Talvez o meu amor de cinema ainda seja um canalha ou talvez eu esteja no filme errado. Talvez ele esteja no meu dia-a-dia e eu ainda não tenha notado. São tantos filmes, histórias, roteiros, trilhas sonoras e eu... Tentando ser a mocinha nisso tudo. É, errei de papel, sou uma figurante qualquer - louca, talvez - que sonha, apenas sonha e é reprimida por isso. Agora me diga: o que seria das pessoas se não fosses os sonhos? Shakespeare não seria nada se não sonhasse para ter ispiração! Einstein não seria nada, Freud não seria ninguém!


 E se eu não sonhar como eles sonharam serei um nada, mais uma pessoa inútil nesse planeta, mais alguém anônimo, egoísta e clichê em meio a multidão desse mundo. E eu não quero ser um nada, um fracasso, e sabe por quê? Porque me dou ao luxo de sonhar e trabalhar para que isto se torne real. Não serei mais uma adolescente que espera o príncipe aparecer, eles só existem nos contos de fadas. E embora eu também sonhe com um amor, prefiro outros gêneros, mais realistas e mais fáceis de tornar realidade.

                                                                                                                   R.

sábado, 11 de dezembro de 2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Foi lindo a forma que você me defendeu daquilo tudo. Daqueles dementadores voando sobre a carne fresca, tentando peverter mais uma alma pura e limpa. Você é o meu escudo. E eu serei a razão pela qual você continuará forte, enquanto houver monstros, será a minha luz na escuridão, a melodia no silêncio, e o anjo que acabará com os meus pesadelos. Ao amanhecer não haverá mais nada; nem monstros e nem pesadelos, haverá você e eu, somente.
Mais uma forma de me fazer sorrir, você pode não me conhecer tão bem, mas me faz sentir como se eu não conseguisse esconder nada de ti. E eu não consigo mesmo. As palavras são poucas, podem se resumir em poucas, mas as musicas são intermináveis, estamos presentes em todas as letras, te vejo nas entrelinhas. E isso pra mim é suficiente, e não há nada que mude a minha opinião.
 
                                                                                                                  R.

sábado, 4 de dezembro de 2010


Queimei tudo que me ligava a você, com o seu veneno. Acendi um cigarro, peguei o carro e tentei esquecer o tempo que passamos juntos, peguei todas as suas bebidas caras, aquelas que você comprou com o meu dinheiro e derramei-as no chão, encharcando de vinho tinto o meu tapete persa. Ao longo dos meus 24 anos planejei viver com alguém como você. Pura perda de tempo. Acendi todos os seus charutos e os joguei sobre o vinho, fazendo queimar a nossa sala de estar. Peguei sem pressa o meu casaco, as chaves do carro e caí na estrada, com a musica alta e o fogo queimando tudo que restava da minha vida ao seu lado; as fotos, os vídeos, os nossos discos. Queimei tudo que me fazia lembrar você, só há uma recordação sua em mim: os teus olhos nos meus.

Espero encontrar uma pousada para passar a noite, e talvez amanhã eu venda essa lata velha em que passamos noites e mais noites vendo a lua cheia. Vou recomeçar, dessa vez sem cigarros e vinhos. Não posso correr o risco de deixar tudo acontecer de novo.
E nem quero.                                                                                                                     R.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sempre fui uma pessoa cheia de manias, dentre elas há uma que tem me preocupado nas últimas semanas. Toda noite antes de dormir eu penso no passado, reflito sobre o presente e faço mil e um planos para o futuro, o que não adianta muito, eles acabam, de uma forma ou de outra mudando na noite seguinte, é bizarro.

O que me preocupa é que eu não tenho como fazer planos se o meu presente está bagunçado, passei noites em claro olhando para o teto por não obter sucesso. Inúmeras vezes vi o sol nascer, assisi o niício de mais um dia que me levará à mais uma noite interminável, que passarei vagando pelo meu passado até que algo seja decidido e eu possa dormir tranquila. Há muito tempo atrás, no primário me falaram que já nascemos predestinados, fui reprimida por não acreditar.

A vida é nossa e levamos no bolso o direito de sonhar e tornar realidade. É o que venho tentando voltar a fazer, não devo me precipitar, meter os pés pelas mãos e ficar sofrendo com a dor e a crueldade do arrependimento é tudo que menos preciso. COm o tempo voltarei a fazer planos intermináveis para o meu futuro que pode nem chegar e até isso acontecer passarei noites e mais noites acordada, vendo pela janela o sol nascer e se pôr, incansavelmente.

                                                                                  R.
Fico mais confusa a cada dia que passa. Já não sei se ainda quero o que queria há algum tempo, sinto necessidade de mudar, variar um pouco mais. No fundo, tudo foi egoísmo - ou não. Deveria ter sido mais centrada, mas eu quis tudo pra mim. Disse coisas que não sentia, ou tentei sentir algo que não era capaz.

Tenho chaves nas mãos, das quais sei que muitas delas são falsas, são todas muito parecidas e eu não sei qual porta abrir, tenho medo de pegar umas das chaves falsas e entrar em um vazio onde estaria sozinha, no escuro. O meu coração está acelerado, a cada minuto tenho menos tempo para enfrentar o meu destino.. Todas as portas são tentadoras, elas gritam meu nome e eu não sei a que voz devo responder, não posso demorar muito, as maçanetas ficarão enferrujadas caso eu não abra logo.

 Cada porta tem uma cor e cada cor significa algo pra mim, se ao menos eu pudesse abrir todas ao mesmo tempo.. A minha cabeça gira e se eu fechar os olhos todas aquelas portas podem desaparecer, como já aconteceu, não posso jogar tudo para o ar simplesmente porque não sou capaz de suportar que isso tudo caia sobre mim, preciso aguentar firme até estar pronta para escolher uma chave e aceitar o que estará do outro lado da porta.

Seria toloce seguir em frente sozinha, pois a cada passo da minha caminhada o número de portas aumentará e terei mais chances de fazer a escolha errada. Não demorarei muito para escolher a minha chave, demorarei para caminhar em direção da fechadura que guarda o meu destino, a névoa aumenta e eu não sei mais de que direção vem as vozes, estou tão confusa que nem sei se ainda há ou não essas vozes.

 Deixarei as chaves sobre a mesa oir mais algum tempo, suficiente para que as fechaduras falsas se quebrem, pois elas não são tão boas quanto as de verdade. Desse modo não correrei o risco de continuar sozinha.

                                                                                                                 R.

sábado, 13 de novembro de 2010

Corro na chuva, não há ninguém na rua, e se houvesse eu não me importaria. Os meus cabelos molhados caem sobre os ombros, uma vez ou outra sobre os olhos, atrapalhando a minha visão. Está um pouco frio, mas eu consigo me manter aquecida, o meu vestido que outrora era branco, está transparente, sujo com a lama que pula dos meus pés enquanto ando pela rua vazia, lúgubre.

 Algumas pedrinhas machucam os meus pés, mas não sinto dor. Sinto o cheiro da terra molhada, da chuva. Respiro a brisa fria enquanto giro no meio da rua, com os braços abertos e os olhos fechados. O céu é de um vernelho intenso, quase ameaçador, que chega a clarear um pouco mais a rua mal iluminada, o vento balança as copas das árvores.

Corro, pulo e caio na terra com um sorriso inocente, quase angelical como se eu tivesse novamente oito anos de idade. Passa das duas da madrugada e eu estou  na janela vendo a chuva cair e imaginando como seria se eu estivesse lá fora.

                                                                                                              R.
Nos conhecemos de uma forma normal, pela internet, com alguns amigos em comum. Temos histórias parecidas e um gosto musical que, de certa forma nos une. Com o tempo, vieram as intimidades, os palavrões e mais algumas coisas em comum. E o que mais me chamou atenção foi a confiança que cresceu entre nós, confiança que nos faz trocar segredos, desabafos, opiniões.  Nunca nos encontramos, não é, querido ?

 Mas isso nunca nos impediu de passear juntos, tomar sorvete, ir ao cinema, dançarmos. Conversamos sobre os nossos amores, filmes, e até mesmo roupas. Confesso que no começo não gostei muito de ti, achei de você tivesse preconceito com a minha ampla preferência musical, mas foi só impressão. Gosto do jeito que você encara a vida, bem realisrta, mas com uma pitada de fantasia. Gosto de tudo que me liga a você, do jeito que você me trata, se preocupa comigo, até da forma que você me xinga.

A tua cara de pau me chama atenção desde o dia que você me pediu em casamento caso não dê certo o nosso romance com as pessoas que a gente gosta, e mais: adorei quando você tentou me convencer que isso daria certo, mesmo que eu nunca tenha duvidado. Você me faz bem quando transfere o seu bom humor pra mim. Lembra quando me disse que falou com a minha mãe ? Sempre que paro pra imaginar isso acabo rindo sozinha, como uma louca.

Você realmente sabe me divertir, faz isso tão bem que quase fiquei rouca de tanto rir quando você me ligou de um celular de outra operadora e gastou todos os meus créditos. Mas nem tem problema, a euforia era tanta que eu nem me preocupei. Estamos longe, é verdade, mas estamos prometidos um pro outro, lembra ? HAHA
Não tenho certeza de quase nada, mas sei que seremos felizes, juntos ou não. Mas eu estarei feliz em saber que você ouvirá a nossa musica, dessa forma, prometo te fazer feliz eternamente, pois ela sempre fará parte da minha trilha sonora. Somos mais que amigos, somos irmãos.
  
                                                 "I'll find you somewhere.
                                      I'll keep on trying until my dying day.
                                I just need to know whatever has happened,
                                             the truth will free my soul"


                                                                                  
                                                                                                                            R.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Estou cinza, assim como o dia de hoje. As nuvens pesadas no céu me fazem estremecer, mas eu gosto disso, desse quase medo, do receio que os céus caiam por terra. O sereno fino esconde uma visão linda, nítida, porém não procuro nitidez. Gosto dos dias assim, em particular porque eu me sinto bem, nesses dias eu me refugio dentro de mim para buscar respostas das quais sei que nunca terei, tenho mais tempo pra mim, sem precisar ter que dar satisfações de onde estive ou o que fiz.

Me escondo na penumbra, camuflando-me na sombra de alguma coisa, essa sombra me protege, me torno invisível aos olhos das pessoas, os meus semelhantes nos dias de sol, aqueles em que eu saio, me divirto, anciando cada vez mais pelos dias nublados, sem sol, sem pessoas. Apenas eu, e o barulho da chuva, não escuto nada além disso e do som baixo, tranquilo e uniforme da minha grafite em contato com o papel. Não preciso de mais nada além disso, o frio não me incomoda, ele me acolhe.

Do lado de fora do meu mundo eu sou o avesso do que deveria ser, guardo esse meu lado apenas para os fantasmas que me rodeiam, silenciosamente, entendendo cada pensamento oculto, cada olhar sem que eu precise falar nada. Eles me dão a proteção que nada, nem ninguém seria capaz de me oferecer.

 Cuidam de mim, me observam dormir e estão comigo no meu inconsciente. São uma das melhores partes dos meus dias cinzas, onde mergulho sem exitar no mais profundo do meu inconsciente, sozinha e totalmente egoísta.

                                                                                                                    R.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Estou andando na corda bamba, posso cair a qualquer momento. Como já aconteceu muitas vezes, e eu desisti de levantar e tentar de novo por um bom tempo. Escolhi outros caminhos, mais fáceis, porém, mais dolorosos. Dessa vez eu não vou desistir, não vou ser uma fracassada novamente, nem vou dar o meu braço a torcer por qualquer coisa.

Não vou errar de novo, não dessa vez. Por mais que eu esteja fraca, continuarei em pé, vou até o final com isso. Não vou te dar de mão beijada pra nuinguém, não tão fácil. Já resistimos tantas tempestades, não é, amor ? Estamos cada vez mais perto, e não vai ser mais um dos meus medos que irá destruir o que levamos um bom tempo para construir. Já não estou tão forte, mas eu vou lutar, aguentando firme essas ultimas semanas.

 Farei tudo o que estiver ao meu alcance por nós, desistir é uma palavra sem significado no meu dicionário, enfrentarei as tempestades como se fossem uma garôa, os tornados como se fossem brisas. Nada a não ser você me fará desistir disso, estou determinada, mesmo que eu não tenha condições de chegar até o fim, eu chegarei. Farei isso por nós, e sei que você estará junto comigo nessa batalha. Estaremos juntos como se nunca tivessemos nos separado, seremos as duas unicas peças de um quebra cabeças em que estivemos tentando montar há um certo tempo.

Eu chorei, falei coisas que me dilaceraram por dentro, mas percebi que deveria seguir em frente, com a cabeça erguida. Daria a minha felicidade pela sua, sabe disso. Mas queria poder partilha-la contigo, juntos, seremos indestrutíveis, mas mesmo assim ainda seremos humanos, com erros, acertos, paixões, poemas e um único sentimento. Estaremos juntos, sorrindo depois que tudo isso passar, então saberemos que nem foi tão dificil e que não era preciso tanto sofrimento. Faremos de todo esse sofrimento mais um motivo para a nossa felicidade. Sim, amor, seremos felizes, mesmo que por pouco tempo.

                                                                                                                    R.

domingo, 7 de novembro de 2010

Gritei. Mas não pude ouvir nada além do eco das quatro paredes que me rodeavam, nem obtive resposta alguma além do silêncio. Isso tem se repetido desde alguns dias atrás, eu tenho esperado anciosa que alguma voz me responda, que atenda o meu pedido de socorro. Será que uma pessoa sequer se preocupa com a minha sanidade ? Ou a minha vida será esse eterno eco ?

Não passo de consequência, das quais tenho culpa da maioria delas, talvez eu tivesse sofrido menos se não tivesse arriscado tanto. Os dados estão sempre rolando, me precipitei em querer levar tudo e acabei ficando sem nada, nada mais sou do que um ser irracional. Olho ao meu redor e vejo que poderia ter sido melhor se eu não me prendesse tanto ao passado, continuo arriscando tudo nessa mesa de cassino, como se eu fosse forte o suficiente pra levar isso até o final.

Tantas vezes me arrependi de ter deixado as oportunidades melhores passarem para que eu pudesse estar ao lado de alguém que gostava, mas que, diferente de mim, agarrou o que a vida poderia lhe oferecer e transformou tudo aquilo em vantagens, e eu, mais uma vez fiquei para trás, com o meu sentimento.

Esperando que da próxima vez fosse diferente, e torçendo para que alguém pudesse caminhar junto comigo, dividindo histórias, sorrisos, alegrias, tristezas, superações e sentimentos, é claro. Não precisava de alguém que fosse mais que um amigo; que me fizesse sorrir, cantar, que estivesse sempre ao meu lado, e que me conhecesse mais que a mim mesma, me passando fidelidade, acima de tudo. Não me dei conta, mas consegui mais que um amigo.

Pela primeira vez dei um passo no escuro, mas que sabia exatamente o que estava fazendo, sabia de todos os riscos que corria, e sabia também que haveria espinhos nesse caminho. Mas eu continuei e estava disposta a arriscar tudo de novo, dessa vez era diferente, coloquei minhas mãos no fogo ao acreditar em tudo que você me falou, embora eu esteja cansada de estar com as mãos sobre as brasas durante todo esse tempo, não há em mim nenhuma queimadura. Aprendi que mesmo que os dados rolem pela mesa e mudem , o cassino sempre estará lá para mais uma rodada, e sei que enquanto você estiver ao meu lado, o jogo estará a nosso favor.

                                                                                                               R.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Você lembra do nosso primeiro beijo, amor ? Eu lembro.
Lembro do seu cheiro, do seu sorriso e do seu olhar naquela noite. Que saudades que tenho daqueles poucos momentos em que estivemos sozinhos, juntos. Tudo que me lembra você me faz falta, a sua voz, os seus gestos, as suas manias, eu te observei bem, amor, e você sabe disso.

Faz falta o som da sua risada e o modo que você me olhava, tão atencioso, me fazendo ficar vermelha, faz falta a maneira que você me tratava, o jeito que cuidava de mim, a todo tempo preocupado comigo. Mas eu posso te ter aqui, se eu deitar no chão, com a luz apagada, de frente para a parede e fechar os olhos eu posso sentir o seu calor. Revivo aqueles segundos em que ficamos nos olhando diretamente nos olhos, e aqueles outros em que os nossos rostos foram se aproximando cada vez mais, e o meu nariz já estava encostando no seu, e logo após, os nossos lábios.

Ah, meu querido, se você imaginasse o quanto eu tenho vontade de reviver aquela noite, reviver a ultima vez que nos encontramos, aquela foi a nossa despedida. Mesmo com todas as brigas, crises eu sou feliz, e só tenho a lhe agradecer por ser além de tudo, o meu amigo, companheiro, confidente, agradeço por te ter ao meu lado, mesmo que longe. Agradeço por me fazer feliz com palavras, gestos, mesmo que sejam insignificantes pra você. Acredite,  tudo isso é muito importante pra mim. Obrigada por me fazer feliz.

                                                                                                                            R.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Quanto tempo se passou desde a nossa última conversa ?
Cada vez que nos falamos eu levo uma impressão diferente de você, não é culpa minha se a cada dia você me passa uma maneira de ver o mundo, as pessoas, tudo .. Faz muito tempo que não falamos de nós, do nosso futuro próximo - se é que ainda temos algum. Me desculpe por ser tão egoísta, mas é que eu só conheço o meu lado disso tudo, você nunca se mostrou assim para mim, transparente, como eu sempre fui pra você.

 Sei que sofro por antecedência, mas eu sou assim, nada mais me importa, os nossos planos escorreram entre os meus dedos, como a areia da praia, você parece não se importar com isso, se estou errada, me perdoe, mas a culpa é sua por não mostrar interesse. Tanta coisa mudou de um tempo para cá, não sei o que você quer de mim.

As suas palavras são secas, frias, talvez seja o meu jeito de lê-las - ou não, - mas eu sei que a cada dia que passa eu te perco um pouco mais para o lado que te favorece, o que é mais fácil. Queria que você fosse capaz de abrir mão de algumas coisas, como eu faço, para continuar alimentando esse sentimento involuntário. Não vale mais à pena para você, amor ?

Não tenha pena de mim, eu não preciso da sua piedade, preciso que compreenda o quanto eu me sinto mal quando não te tenho. Talvez você esteja cansado desse joguinho, tudo bem. Eu sempre soube dos riscos que corria quando te liguei pela primeir vez naquela noite, sempre soube que não seria fácil, mas mesmo assim eu arrisquei tudo que tinha, arrisquei a minha felicidade no momento em que acreditei em tudo aquilo que você me disse. Não sei se mentiu, talvez nunca saiba, você sabe me convencer mais do que eu queria que fosse capaz.

Rimos muito, é verdade. As histórias, as controvérsias e os meus maiores segredos. Me mostrei pra você de uma forma que poucos conhecem, ressaltando os meus defeitos e as minhas qualidades. Joguei tudo ao vento sem pensar nas consequências dos meus atos, tentei ignorar os espinhos e eles me fizeram sangrar, as feridas não doem mais, mas as marcas continuam lá, marcas que me fazem lembrar das flores lindas que ajudavam a esconder os espinhos e a dor que eles poderiam causar.

                                                                                                                   R.
Pode ser ingenuidade, fantasia, ou até mesmo burrice. Chame do que quiser, mas eu acredito hoje, mais do que nunca no amor. Acredito que, mesmo longe uma da outra duas pessoas podem ser felizes. É doloroso, eu sei. Mas não há prova maior no mundo que o filme "Querido John". Foi um dos filmes que me fez chorar, parar e refletir, será que eu terei um amor assim ? Será que isso é fantasia ?

 Bem, eu não sei, mas estou disposta a viver cada segundo caso isso aconteça um dia. Talvez já esteja acontecendo, talvez eu já tenha o meu John e ele não saiba disso. Eu nunca escrevi cartas como aquelas e nem passei momentos como aqueles, mas tudo que vivemos até agora será parte do meu livro, que terá como personagem principal duas pessoas que se tornaram uma só, e que o tempo foi afastando a cada dia.

Os nossos planos estão tão distantes agora, como se fossem sonhos embaçados, confusos sem pé nem cabeça, sem nexo. Assim como eu estou aqui sem você, meu querido John. Espero que um dia você saiba o quanto significa pra mim e o quanto eu preciso da sua respiração para viver, do quanto eu preciso de você para ser feliz.

Me alimento da sua felicidade, e, assim como o personagem, eu iria para a guerra, enfrentaria tudo e todos só para poder voltar e te ver novamente e saber que eu nunca fui relamente embora, que nada, nem a guerra que enfrento hoje foi capaz de diminuir o meu sentimento, e que, mesmo sem forças eu vou lutar até o fim, até o fim de tudo para que algum dia a nossa história seja escrita. Faria tudo de novo por você, MEU querido John.

                                                                       R.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Está tudo como eu gosto. De pernas para o ar. A porta está fechada, e há 2 dias eu estou trancada no banheiro, não quero que ninguém veja o que me tornei. Há vodka e cigarros espalhados pelo chão, maquiagem na parede, como se fosse uma tela pintada à óleo. Estou fraca, fraca para levantar, caminhar e segur em frente, não sou capaz de tentar esquecer ou simplesmente ignorar o que vivemos até agora, sinto muito pelo que aconteceu, não foi minha culpa se você não sabe dar valor ao que tem, e eu realmente não aguentava mais sofrer por alguém que sequer me respeitava.

 Apezar de tudo isso, o meu sentimento ainda é o mesmo, continua intacto, guardado, protegido. E continuará por muito tempo, agora sei que me sinto melhor assim, sozinha. Não guardo mágoa daquilo que vi, embora tivesse me magoado muito, nunca me passou pela cabeça que você fosse tão egoísta a ponto de não ter pensado em mim quando me deu as costas e abraçou alguém que só vai te usar, como você me usou. Imaginei que os mesmos lábios que me falaram coisas lindas nunca fosse capaz de dizer tudo aquilo que eu ouvi.

Estou abalada, mas ciente de que tudo que fiz nesses últimos dias foi loucura. Que não se compara ao fato de ter acreditado em todas as promessas e tentar realizar os nossos sonhos. Foi loucura deixar de viver para te dar a minha vida, enquanto você a jogava fora junto com as tantas vezes que te falei dos meus sentimentos. Há muito de você em mim ainda, tanto de você quanto da vodka. A única diferença é que eu quero mais vodka.

                                                                          R.

domingo, 24 de outubro de 2010

Eu sempre estive rodeada, mesmo estando sozinha, e isso me incomodava às vezes. Eu queria sair sozinha, conversar comigo mesma, chorar, lembrar, sorrir, levantar e ir embora. Senti que precisava me afastar de tudo e de todos, do mundo, ir para outro planeta, me refugiar no mais fundo abismo que houvesse dentro de mim, longe das risadas falsas, do barulho dos carros e até do som do vento.

Queria fechar os olhos para o azul do céu, e até para o prata da lua, porque tudo isso acabaria me afastando do meu objetivo naquele momento. Tudo o que eu mais queria era esquecer todo mundo por algum tempo, que seja suficiente para que eu seja minha e de mais ninguém, esquecer o meu autruísmo é fundamental, mas também impossível, sempre pensei e fiz o que fosse importante para os outros, sem parar e pensar em mim, sem me colocar como prioridade na minha vida. Mergulharei no meu inconsciente, sei que lá irei permanecer sozinha como sempre quis. Intacta por toda a eternidade.

                                                                                                                   R.
Já reli as cartas. Revi as fotos. Revivi os momentos. E sei que todos eles farão parte dos melhores momentos da minha vida, e, concerteza serão contados para os meus filhos e netos. Sinto falta daquele tempo, não minto. Mas foram unicos e ninguém conseguirá fazê-los acontecer novamente. As intermináveis tardes, noites e madrugadas mais alegres e cheias de álcool da minha vida.

Vi o tempo correr diante dos meus olhos, ontem eu tinha 5 anos e tirava foto abraçada com o meu irmão, hoje, a gente mal se fala, ontem eu era a menininha da familia, toda atenção era voltada para mim, que um dia seria a mais nova mulher da familia, e hoje eu vejo que não, tenho uma irmã mais nova. Isso é engraçado, pessoas que me viram crescer hoje reclamam que estão ficando velhas, como se eu também não estivesse.

Quanto mais tempo de vida, mais coisas eu terei para guardar como recordação, terei fotos para o meu album da capa preta, e, terei também o orgulho de sorrir e dizer com todas as letras que eu vivi intensamente. Ainda tenho muito o que viver, eu sei. Mas quero poder tê-los do meu lado quando isso acontecer, não falta muito para que possamos relembrar os velhos tempos.

 As mesmas pessoas, as mesmas manias, as mesmas brincadeiras, tudo isso e muito mais com o mesmo sorriso de criança e mais maturidade, a mesma lua, o mesmo banco da praça e a mesma saudade de tudo isso que ficou em mim. Se querem saber, eu sou a mesma garota de algum tempo atrás, o que mudou foram as pessoas que convivo hoje, mas eu voltarei e vai ser como se eu nunca tivesse ido embora. Pois sem vocês eu não existo ♪

                                                                                                                       R.

sábado, 9 de outubro de 2010

Não sei o que faço nesse mundo, não sei quem sou eu e nem do que sou capaz, acima de tudo sou humana, tenho o direito de errar, quebrar a cara, aprender e seguir em frente, não acho que me encaixo em algum grupo ou tribo, sou imprevisivel para mim mesma, sou indiferente as vezes, mas isso não é motivo para que me chamem de fria, a frieza não tem nada haver comigo, sou tão sensível como um bebê, que precisa de tudo e de todos, ainda não estou pronta para enfrentar o mundo lá fora, embora acho que esteja, não gosto das mesmas coisas sempre, mas isso não quer dizer que a minha opinião possa mudar, a cada dia que amanhece eu enchergo tudo com uma nova perspectiva, analizando os pontos positivos e negativos, tenho preconceito; não minto, mas isso não quer dizer que eu não tenha respeito, sou chata, incompreensiva, grudenta, mal educada.

Porém sou meiga, atenciosa, isso vai depender de como você me vê ou me trata. Sou ciumenta, mas não sou dona de ninguém, gosto de plantas, animais, mas não significa que eu prefira morar em um lugar que só tenha isso. Não tenho frescura com comida, mas há algumas coisas que não coloco no meu prato. Sou como todo mundo, mas tenho sonhos contrários, jogo de acordo com o jogo, mas faço as minhas próprias regras.

 Me deixo levar pelos outros, mas não me chamo Maria-vai-com-as-outras. Gosto de todo mundo, mas não quero todos comigo, sou o contrário de mim mesma. Não me importo de me doar para as pessoas que precisam, mas isso não quer dizer que eu pertenço a elas. Não me vejo em um espelho, ali não há nada além de alguém vazio que me olha nos olhos, um estranho. A essência está dentro de mim, há muitas outras com os olhos e o sorriso iguais aos meus, mas duvido que elas vejam o mundo à minha maneira e também não conseguem sorrir com a minha delicadeza.

O simples fato de conhecer as pessoas não significa que elas sserão previsíveis. Tudo isso pode mudar amanhã quando eu acordar, sou uma a cada dia que amanhece, não pense que vai encontrar hoje aquela que você viu ontem, concerteza alguma coisa mudou, tenho dúvidas em relação à muitas coisas, pessoas e à mim mesma. Sou indecisa, o que lhe deixa à vontade para me fazer ver o seu ponto de vista, não que eu vá seguir, mas não custa nada ouvir, não é ? 

Tenho as minhas amarguras, os meus segredos, mas mesmo assim sou totalmente transparente, até mais do que eu queria ser, mais um defeito para a minha coleção. Me poupe de comentários retrógrados, ou faça-os, eu posso achá-los engraçados. Gosto das mesmas musicas que outras pessoas, mas não sou igual a elas. Nunca espere uma vingança minha, não cabe à mim fazê-la. As minhas roupas não definem o meu caráter, minhas qualidades e defeitos. Deixo-lhes a minha característica mais marcante. O sarcasmo.

                                                                                                                        R.

domingo, 3 de outubro de 2010

Me perco na letra da música que ouço agora, está tudo tão calmo, eu estou tão calma. Me sinto bem comigo mesma, sinto o sangue quente correr loucamente pelas minhas veias, procurando as minhas artérias. Sinto o perfume das plantas do jardim. É tudo tão puro, nem parece que eu moro em um planeta com tantas crises ambientais, acho que elas ainda não são fortes o suficiente para afetar o que está ao meu redor, estou em êxtase, como há muito não ficava, estou em plena sintonia com o meu corpo e a minha mente, não há nada que tire a minha concentração, observo a minha frente um espaço vazio, um nada, mas que pra mim é muita coisa, eu vejo utilidade ali, mas isso não importa agora, o que importa é que lá fora tem um sol brilhante que me chama, tem a brisa que traz para mim o cheiro do mar.

Nada mais tem valor, os bens materias já não me atraem, quero sair, aproveitar o dia lindo que me espera lá fora antes que esse efeito passe e eu volte a ser aquela garota amarga, fria, oportunista, falsa que está guardada agora, a garota que, em boa parte do tempo se entrega às futilidades sem pensar em nada, sem medir esforços e consequências. A euforia toma conta do meu corpo! E eu vou aproveitar, logo, antes que isso passe e a outra volte.

                                                                                                                                R.
Hoje me deu uma agonia, voltei a me sentir sozinha em meio a uma multidão, mas nada de lágrimas, não tenho mais motivos para chorar, ou talvez tenha, eu não sei muito bem. Preciso pensar, refletir sobre o que eu realmente preciso, ou mesmo sobre as coisas futeis das quais eu usufruí durante muito tempo e que, só hoje percebi o quão idiota eu fui de pensar que isso me faria feliz.

 Pelo contrário, me fez sentir pior a cada dia que passava. O que eu realmente preciso não é apenas de presentes, bens materiais; preciso das pessoas que deram ultilidade a tudo isso. Não há nada mais certo que aquele ditado: "É perdendo que se aprende a dar valor". Eu deixei que esses pássaros voassem, ou melhor; eu voei deles, sem pensar que hoje estaria me sentindo como um cão em meio aos gatos.

Não tem sentido, eu preciso voltar e dizer adeus, só não sei se vou conseguir destruir essa fachada que coloquei com as minhas próprias mãos cada tijolo, e, cada vez mais eu a reforço, me tornando mais fria e insensível a cada dia que passa. Sei que daqui a algum tempo essa fachada será definitiva, não vou poder chutar a parede e ver tudo desabar sobre os meus olhos enquanto deles desabam as lágrimas acumuladas com o tempo, essa parede vai aumentando até que tome conta de mim e me torne tão insensível como uma estátua, com muitas artérias ligada a um músculo frio e vermelho que bombeia o sangue; o coração, que simbolicamente levava uma parte de cada pessoa que tocou a estátua ou que fez parte da sua história, estátua que aguentou ventos e tempestades, que viu pessoas tristes e felizes, hoje a estátua está quebrada, e no seu lugar há alguém que se resume em uma palavra, um sentimento. Saudade.

                                                                                R.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A lua ilumina o banco da praça que estou sentada agora. Há casais por toda parte e eu estou sozinha te esperando, amor. O vento move devagar as copas das árvores, os pássaros voam de uma para outra fazendo cair as folhas secas do início de um outono em que o canto dos grilos se tornou a minha trilha sonora.

As folhas caídas refletem nas luzes amarelas dos postes e nas folhas e no caderno que tenho sobre as minhas pernas. E, ao meu lado está o vazio, que outrora foi você, para ser sincera eu tenho inveja daqueles casais que tem um ao outro ali, pertinho. O frio está chegando e eu não trouxe o casaco, esperava que você o fizesse, mas ainda é difícil eceitar o fato de que você não está aqui. Por que é tão complicado ?
Se eu fechar os olhos tudo isso muda, o lugar, a hora.

O meu inconsciente me leva até o lugar em que nos vimos pela última vez. Não sei o que está acontecendo, eu continuo com os olhos fechados mas estou de volta áquele banco, naquela mesma praça... Ao longe te vejo caminhando ao meu encontro, com um sorriso lindo estampado no rosto. Tudo parece tão real, então, eu abri os olhos e estava novamente sozinha.

                                                                                                                  R.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

   Eu sei que é loucura, mas ninguém me faz tão feliz quanto você, mesmo que seja pela internet, eu tentei me envolver com outras pessoas que pudessem me dar o que você não pode, mas vi que estava procurando nessas pessoas coisas que só você pode me dar. As tuas palavras se tornaram a base da minha vida, eu conto os segundos para poder chegar em casa, ligar o computador e estar contigo, amor. Sem tempo pra voltar para o meu mundinho sem graça, eu preciso te contar sobre o meu dia, preciso ouvir sobre o teu também, quero saber que te faço tão bem quanto você me faz.   

   E, quero que saiba que apezar de tudo, da distância, eu estarei sempre aqui, te esperando para que possamos ter as nossas longas e quase nunca produtivas, amor, quero que saiba também que já és parte de mim. Mesmo que não passemos daqui você será a única pessoa que foi capaz de me deixar livre, mas ao mesmo tão presa, chorei, confesso. Mas sorri milhares de vezes para você, mesmo que não tenha visto, o meu coração bate feito louco sempre que falo contigo e fico com nó na garganta quando tens que ir embora.   
  
 Mas eu sei que o tempo vai passar, amor, a gente vai se encontrar e eu vou poder lhe falar olhando nos olhos tudo aquilo que era sem sentido quando eu lhe dizia no msn. Por que dessa vez você vai me ver com os olhinhos brilhando, a boca seca e o coração pulando pela boca de tanta emoção e o meu sorriso mais bonito quando eu te falar que és uma das páginas mais bonitas do livro da minha vida, aquelas páginas que realmente valem à pena ser escritas com  mínimos detalhes, as páginas em que estarão escritas o quanto eu sou feliz por te ter comigo, amor.

Dedico à Mayrla Beatriz, que sofre junto comigo.

                                                                                                                            R.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Há algum tempo eu vivo só de lembranças. Nossas lembranças, que nunca tivemos, como se tudo não tivesse passado de um amor platônico. Algo completamente impossivel de acontecer. Tive essa certeza depois de ler e reler os históricos das nossas conversas, depois de ver que tudo foi uma farça das melhores, como um vinho de 45 anos, concentrado e forte o suficiente para deixar qualquer um fora de si.

Pois é, amor. Você foi o meu vinho, a minha droga. Eu também tenho culpa nisso, uma boa parte, me deixei levar pela embalagem bonita, escura, que envolvia e escondia o que um dia se tornaria a minha desgraça, não quis lhe poupar, fui egoísta. Em pouco tempo usufruí daquele líquido cor de sangue, da mesma cor do que derramei por ti em forma de lágrimas. Tomei tudo, e, agora nada resta além da garrafa vazia esposta ao sol, no meu quintal, não tive coragem de te jogar fora, meu caro.

Fostes para mim, no começo apenas mais uma bebida barata, que depois passou para uma de valor inestimável. Quando o vinho acabou pude perceber que eu precisava mais dele do que pensava, eu queria viver daquele jeito, mesmo que fosse uma fantasia. Outras pessoas agora tomam do mesmo vinho, mas duvido que ele ainda tenha os mesmos efeitos.

Até as nossas musicas continuam no mesmo lugar, talvez eu consiga outra garrafa, e, talvez a gente possa dançar outra vez à luz da lua cheia, sem hora pra voltar, sem hora pra ir embora. O que importa é que eu fui feliz, e espero muito poder ter nas mãos pelo menos uma taça daquele vinho, que um dia foi você, amor.

                                                                                                                              R.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

 As palavras já não são capazes de traduzir o que está acontecendo agora. Um turbilhão de emoções e sentimentos, mas nada se compara com a angústia que me habita. Tudo estava tão bem, mas no mesmo instante tudo mudou.
  
Queria ser um mero personagem de cinema ou de alguns dos livros que passaram pelas minhas mãos, em que eles viviam e terminavam felizes para sempre, seria tão mais fácil, não é, amor ? Por que a gente não escreve a nossa história ? Quero que todos saibam o quanto eu fui feiz ao teu lado, que todas as lágrimas e sorrisos foram com todo o amor e sinceridade do mundo, mesmo mundo que hoje me apavora.

Já não posso mais correr ao seu encontro para me proteger, me refugiar dessas pessoas fúteis que estão ao meu redor. Tanta coisa mudou em torno de mim, mas apezar dessas mudanças eu ainda sou aquela mesma criança frágil de antes, ainda preciso do meu refúgio feliz, você.
  
Vem, senta do meu lado e me fala que tudo foi um pesadelo, que você continua aí e que vai me proteger por toda a eternidade. Eu nunca terei ninguém como você, que cuidou de mim, me ajudou, aconselhou, riu, brigou, que me fez sorrir e chorar, que me magoou e pediu desculpas.

  Enfim, agora sei tudo o que você representa, sei que perdi a melhor parte de mim, e, que junto com você foi-se a chance de um final feliz. Mais que isso; perdi o "Felizes para Sempre" dos contos de fadas que um dia eu quis para nós.

                                                                                                          R.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Mesmo no escuro pode-se ver sobre a cama aquele corpo branco, amargo, frio. Vê-se também a lua cheia, ainda baixa, que transfere toda a sua luz para aquele quarto. Lua, que tantas vezes iluminou as noites felizes, mas que agora ilumina um alguém vazio, sem vida. Ela sempre quis lhe dizer o que sentia, por que você nunca ouviu ?
  
Tantas vezes ela quis o seu abraço, mas você deu as costas. Muitas outras vezes lhe sorriu e você nada fez em troca. Mas eu te vi muitas vezes chorando por causa dela e não entendi, por que você foi tão frio ?
Deveria tê-la amado como você sempre quis, pude observar daqui tudo que acontecia contigo, vi que você a desejava tanto quanto ela.

Eu cuidei para que nada acontecesse àquela moça branca, mas não pude evitar que ela viesse ao meu encontro. Estava tão linda e graciosa que não quis acreditar que ela houvesse morrido, por você. Hoje posso lhe falar por que tantas vezes a protegi, por que tantas vezes cuidei para que nada pudesse machuca-lá, e, acredite, eu faria tudo que estivesse ao meu alncançe, hoje, te falo que eu  sou o anjo da guarda daquela moça que tanto te amou e foi capaz de morrer por ti.

                                                                                                                   R.
Eu não sei o seu nome nem aonde você mora, a única coisa que importa é que nos conhecemos. Eu estava tão empolgada com a sua companhia naquele sábado à tarde, foi tão bom estar contigo, descobrir tudo que temos em comum foi mágico. Era tão doce o teu tom de voz ao falar comigo, os seus gestos e olhares eram os mais pacientes e compreensíveis que eu já vi em toda minha vida, era até engraçado o jeito que você olhava para o meu cabelo roxo. 

Eu nunca encontrei ninguém como você, que me ensinou em poucos minutos a dar mais valor à vida e a aproveitar ao máximo os momentos mais curtos, como aquele que passei contigo, amor. Queria te encontrar de novo, só para poder saber o teu nome, o nome que tantas vezes eu quis gritar e não podia. Mas eu sei que não irá demorar muito, vou lhe encontrar e dar aquele abraço que não te dei por vergonha.

Dedico esse post ao garoto do sorriso e olhos mais bonitos que já vi, que conheci à algum tempo, embora não saiba seu nome, mas que espero reencontrar.

                                                                                                                R.

sábado, 11 de setembro de 2010

Ah, eu quero gritar! Falar pra todo mundo o que se passa na minha cabeça agora. Dizer que te odeio seria pouco, mas não quero o seu mal, longe disso. Não sou vingativa, você sabe, mas isso não me impede de te mandar pra alguns lugares, não é ?

Quero gritar as minhas músicas preferidas, para que todo mundo possa cantar comigo e que possamos sorrir e nos abraçar depois. Foi-se aquela época em que eu guardav tudo pra mim, eu quero que todos saibam das minhas tristezas e as minhas alegrias, quero tudo que eu tiver direito, ou não. Gosto de fazer coisas que não posso, gosto de sentir a adrenalina dominar o meu corpo enquanto eu quebro alguma regra, quero ser descoberta e punida, já não me importo com as dores físicas, já ouvi tanta coisa que me machucou, que os tapas e bofetadas já não doem. E quer saber ?

Eu nem me importo com isso também. Quero dizer o quanto eu estou feliz por conseguir te destruir dentro de mim. Agora eu me sinto completamente livre pra fazer qualquer coisa sem que você me pese na consciência. Aindo sinto a sua falta, mas outras pessoas virão, amor. Elas vão fazer o que você não fez, vão me fazer feliz. Não te desejo infelicidade, até por que eu sei que você não precisa, mas quero te ver passando por tudo que me fez passar, quero que sofra o quanto me fez sofrer, isso para mim é suficiente.

E, quando você vier me pedir perdão, vou lhe tratar carinhosamente e te falar que sim, quero que sinta na pele o valor do perdão, ele queima, amor. No mais, quero que você seja feliz, um beijo.

                                                                                                                     R.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

São nas madrugadas que as melhores coisas acontecem, depois de algumas doses de vodka eu vi passar pela janela coisas que ninguém nunca veria de dia. Vi ladrões, bêbados, amigos, e casais apaixonados. Vi festas acabarem com polícia, brigas e até morte. É triste, eu sei. Mas foi dessa mesma janela que te vi passar pela primeuira vez, eram 2 da madrugada, e você caminhava sem pressa pela minha calçada com um meio sorriso no rosto e uma mochila nas costas.

Não sei de onde vinha e nem para onde ia, mas desde aquela noite, às 2 da manhã eu fico na janela esperando te ver passar, esperando que você me veja e sorria pra mim. Tantas vezes me perguntei se seria gentil comigo caso eu descesse para conversar com você, me perguntei também se eu teria essa coragem, agora vejo que não. Já lhe vi conversando com um amigo, mas não tenho coragem de lhe perguntar teu nome.

Prefiro deixar tudo assim. Talvez você não seja tudo o que espero, ou seja apenas mais um estranho que caminha em frente à minha casa. Isso realmente não importa desde aquele dia que nos cruzamos na rua e você me perguntou o que eu fazia acordada aquela hora da madrugada. respondi com apenas um sorriso tímido. Fiquei sem ar quando me disse que eu tenho um sorriso lindo e pediu meu telefone. Escrevo isso enquanto te espero, amor. afinal, já são quase 2 da madrugada. A janela já está aberta, a brisa acaricia de leve a minha face e os meus cabelos, e eu sei que em poucos minutos você passará com a mochila nas costas, sorrindo e acenando pra mim.

                                                                                        R.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

 Tantas vezes te ouvi dizer "eu te amo" e, hoje mal consegue fixar seus olhos nos meus. Do que você tem medo, amor ?  Não precisa se preocupar com nada, já sabemos o que vai acontecer, não há necessidade para isso, agora é só esperar que o tempo passe e que tudo que que a gente planejou aconteça e vire uma lembrança.

Muitas vezes me questionei sobre o que vou falar ou fazer quando te encontrar, já passei noites em claro pensando nisso, que faço agora enquanto o meu almoço esfria, pela segunda vez. Não quero comer, não preciso, não quando estou envolta em meus pensamentos, me questionando mil e uma possibilidades de não me questionar tanto. Impossível, pelo menos quando o assunto é você. Te encontro nas outras pessoas, vejo tantas coisas parecidas; vejo o jeito como você anda, como sorri, detalhes que você sabe que eu conheço muito bem.

Mas, ainda não vi uma coisa tua em outras pessoas; os teus olhos, atenciosos e alegres, os mesmos olhos que estavam nos meus naquela tarde quando fui embora, os mesmos que procurei tantas vezes e só pude ver nas minhas lembranças e nos meus sonhos, os mesmos olhos que me deixava vermelha. E, os mesmos olhos que talvez eu nunca volte a ver, e os mesmos que nunca verão uma lágrima sequer escorrer pelo meu rosto por sua causa, amor. Por que você não me diz o que eu realmente quero ? Você era a única coisa da qual eu tinha certeza.

                                                                                                                        R.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Chove lá fora. As lágrimas caem do céu com raiva, tristeza, e, ao mesmo tempo com suavidade. Enquanto eu estou aqui dentro, observando, protegida, de tudo e de todos, estou com você. O escuro já não me assusta, também não há os mesmos fantasmas que outrora habitavam a minha casa. tudo é calmo, e claro, como se nunca houvesse tido escuridão.
As velas dão lugar aos vagalumes, que vem com timidez iluminar esse cômodo. Não existem palavras no mundo pra descrever o que estou sentindo, não preciso de mais nada quando te tenho ao meu lado, não preciso de ninguém a não ser você, é um erro, eu sei, mas sei também que não vai demorar pra que você vá embora e, eu terei que ocupar o teu vazio com as outras pessoas que me restam, pessoas que não tem o mesmo bilho no olhar que você tem.

Essas pessoas vão ficar comigo enquanto você está longe, então, quando você voltar, elas já não estarão aqui, e os vagalumes voltarão. Eu sei que estou errando por usar as pessoas, mas quando estou sozinha o tempo passa cada vez mais devagar. Enquanto te espero aproveito esse tempo para relembrar alguns dos nossos momentos felizes. Foram poucos, reconheço, mas mesmo assim se tornaram inesquecíveis de um tempo pra cá, as nossas conversas fortalesceram muito mais o que existe entre nós, e nos une cada dia mais, sinto que existe mais de você em mim do que eu pensava.

 Muitas vezes eu chorei com saudades de você, mas talvez se não fosse essa distância a gente não estaria tão junto. As grandes mudanças psicilógicas nunca foram muito o meu forte, mas hoje su ciente de que elas só vem para o nosso bem, serviu para que eu lhe desse valor e visse o mundo com uma visão mais ampla. Obrigada, amor, por me ajudar, me aconselhar e estar sempre ao meu lado.

                                                                                                                          R.   
Cansei de ver da Orla as pessoas felizes. Não acredito que as pessoas possam ser realmente assim. Elas são falsas, invejosas e incapazes de admitir o que realmente sentem, incapazes de ser verdadeiras.  Não sei por que o sorrisinho sarcástico nos lábios, se for pra fingir; pelomenos aprendam antes, vocês não me convencem.

De longe, eu observo vocês, posso ver cada reação escrita nos seus olhos, vejo como vocês são frágeis por baixo dessa embalagem rígida. Com o tempo, aprendi a observar as pessoas, assim sou capaz de diferir cada sentimento, expressão, medo, angústia. Não me subestime, vocês não sabem o que posso fazer - embora digam que sabem. Não me venham com anexins baratos, eu já passei dessa fase.

Antes de tudo, aprendam a se camuflar, a ficar invisível no meio das outras pessoas, a ser frio, a fingir, como eu aprendi, então, quem sabe, algum dia vocês poderão observar as pessoas como eu faço agora, olhando nos seus olhos sem que vocês saibam.

                                                                                                                             R.

domingo, 5 de setembro de 2010

Não venham querer me dar lições de moral como se vocês fossem perfeitos, sempre tive um desvio das coisas certas, sempre gostei do que é errado, ou do que as pessoas que me cercam acham errado, isso pra mim já é banal. Por favor, não me venham me dizer que eu sou revoltada, rebelde, usem as palavras que quiserem, por que eu sei que tudo aquilo que não segue os seus padrões é considerado errado, não me importa muito o que algumas pessoas pensam de mim, até por que eu posso pensar coisas bem piores a respeito delas, sinceramente, eu não nasci pra segir as regras, vou dançar, beber, pular, viver!

                                                                                                                 R.
Eu tentei. Tentei não te ligar mais, não te mandar recados, e-mails, mas eu não consigo, ainda não estou forte o suficiente pra isso, ou, até mesmo fria. Simplesmente não consigo te evitar, nem ficar com raiva, deve ser por isso que me sinto um fantoche em suas mãos, sou facilmente manipulada por você, eu tento dizer não, mas eu não consigo, simplesmente isso. Não quero que você me deixe de novo, eu preciso ter você comigo, mesmo que pra isso eu tenha que continuar sendo o teu fantoche.

Não deveria falar isso, eu sei, não é que eu não tenha amor próprio, mas eu sinto necessidade de estar com você.  Me faz bem, mas ao mesmo tempo me faz mal, não deveria ter me apegado tão fácil a você, mas eu estava tão sozinha, amor, eu precisava de alguém que me fizesse esquecer essa solidão, que me fizesse sorrir por algum tempo, para que eu soubesse que não estou completamente sozinha, para que eu soubesse que alguém ainda olhava por mim, eu me sentia assim com você.

Sentia que não estava sozinha mesmo que estivesse, eu já não estava tão perdida e atordoada, mas estava dependente de você, eu sei que eu errei, mas olhe pelo meu lado; eu precisava disso, precisava me prender a alguém, mesmo com a distância, eu pensei que estaríamos assim até hoje, mas, como você mesmo disse: "a distância está fazendo a parte dela".

                                                                                                                        R.