sábado, 13 de novembro de 2010

Corro na chuva, não há ninguém na rua, e se houvesse eu não me importaria. Os meus cabelos molhados caem sobre os ombros, uma vez ou outra sobre os olhos, atrapalhando a minha visão. Está um pouco frio, mas eu consigo me manter aquecida, o meu vestido que outrora era branco, está transparente, sujo com a lama que pula dos meus pés enquanto ando pela rua vazia, lúgubre.

 Algumas pedrinhas machucam os meus pés, mas não sinto dor. Sinto o cheiro da terra molhada, da chuva. Respiro a brisa fria enquanto giro no meio da rua, com os braços abertos e os olhos fechados. O céu é de um vernelho intenso, quase ameaçador, que chega a clarear um pouco mais a rua mal iluminada, o vento balança as copas das árvores.

Corro, pulo e caio na terra com um sorriso inocente, quase angelical como se eu tivesse novamente oito anos de idade. Passa das duas da madrugada e eu estou  na janela vendo a chuva cair e imaginando como seria se eu estivesse lá fora.

                                                                                                              R.

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