quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Fico mais confusa a cada dia que passa. Já não sei se ainda quero o que queria há algum tempo, sinto necessidade de mudar, variar um pouco mais. No fundo, tudo foi egoísmo - ou não. Deveria ter sido mais centrada, mas eu quis tudo pra mim. Disse coisas que não sentia, ou tentei sentir algo que não era capaz.

Tenho chaves nas mãos, das quais sei que muitas delas são falsas, são todas muito parecidas e eu não sei qual porta abrir, tenho medo de pegar umas das chaves falsas e entrar em um vazio onde estaria sozinha, no escuro. O meu coração está acelerado, a cada minuto tenho menos tempo para enfrentar o meu destino.. Todas as portas são tentadoras, elas gritam meu nome e eu não sei a que voz devo responder, não posso demorar muito, as maçanetas ficarão enferrujadas caso eu não abra logo.

 Cada porta tem uma cor e cada cor significa algo pra mim, se ao menos eu pudesse abrir todas ao mesmo tempo.. A minha cabeça gira e se eu fechar os olhos todas aquelas portas podem desaparecer, como já aconteceu, não posso jogar tudo para o ar simplesmente porque não sou capaz de suportar que isso tudo caia sobre mim, preciso aguentar firme até estar pronta para escolher uma chave e aceitar o que estará do outro lado da porta.

Seria toloce seguir em frente sozinha, pois a cada passo da minha caminhada o número de portas aumentará e terei mais chances de fazer a escolha errada. Não demorarei muito para escolher a minha chave, demorarei para caminhar em direção da fechadura que guarda o meu destino, a névoa aumenta e eu não sei mais de que direção vem as vozes, estou tão confusa que nem sei se ainda há ou não essas vozes.

 Deixarei as chaves sobre a mesa oir mais algum tempo, suficiente para que as fechaduras falsas se quebrem, pois elas não são tão boas quanto as de verdade. Desse modo não correrei o risco de continuar sozinha.

                                                                                                                 R.

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