Músicas velhas, filmes sem cores e livros amarelados sempre me traíram muito. Aprendi a ter um gosto por clássicos e eles me ajudaram em certas situações. Enfim, vi muitos filmes românticos e no fundo eu tinha inveja daqueles personagens. E quem nunca teve? Toda adolescente da minha idade sonha com isso, e sonhar não é um erro, é um dom.
E eu ainda sonho em encontrar o meu amor de cinema, aquele que a gente sabe que só encontra uma vez na vida, aquele que nos tira o fôlego e que é um canalha, mas que no final se torna um mocinho. Aquele que, mesmo com a distância estará lá, nos esperando e que se fosse preciso esperaria uma eternidade. Mas isso não existe na vida real, ninguém é tão perfeito assim sem seguir um roteiro.
Talvez o meu amor de cinema ainda seja um canalha ou talvez eu esteja no filme errado. Talvez ele esteja no meu dia-a-dia e eu ainda não tenha notado. São tantos filmes, histórias, roteiros, trilhas sonoras e eu... Tentando ser a mocinha nisso tudo. É, errei de papel, sou uma figurante qualquer - louca, talvez - que sonha, apenas sonha e é reprimida por isso. Agora me diga: o que seria das pessoas se não fosses os sonhos? Shakespeare não seria nada se não sonhasse para ter ispiração! Einstein não seria nada, Freud não seria ninguém!
E se eu não sonhar como eles sonharam serei um nada, mais uma pessoa inútil nesse planeta, mais alguém anônimo, egoísta e clichê em meio a multidão desse mundo. E eu não quero ser um nada, um fracasso, e sabe por quê? Porque me dou ao luxo de sonhar e trabalhar para que isto se torne real. Não serei mais uma adolescente que espera o príncipe aparecer, eles só existem nos contos de fadas. E embora eu também sonhe com um amor, prefiro outros gêneros, mais realistas e mais fáceis de tornar realidade.
R.