quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A cada vez que o sol nasce surgem novas esperanças, que definham durante o correr do dia e se acabam no começo da noite. Sempre assim, nesse ciclo onde tudo muda a cada instante, e isso tem me confundido nas últimas semanas, tenho pensado em você a cada instante, os dias e as noites se misturam sem cessar, me deixando mais sem noção do tempo e de tudo, menos de você. E dessa forma eu espero ver o sol nascer de novo, espero você chegar com as esperanças de um possível nós.

                                                                                                    R. 
É, depois de algum tempo resolvi encarar o papel de novo. Amadureci mais, regredi, me conformei, depois de todos esses meses fazendo planos eu parei de querer premeditar tudo, de pensar no amanhã e deixar de viver o hoje, as mudanças começaram e o que foi não volta mais, estará tudo diferente, mas eu não quero esquecer e nem conseguiria. É um pecado tentar deixar para trás tudo o que vivemos e eu choro ao pensar que esse tempo tão bom já não voltará mais. Choro ao perceber quão hipócrita eu fui ao exigir de você o que nem eu seria capaz de dar e ao ver todos os nossos sonhos e esperanças escorrerem com a chuva pelo vidro da minha janela. Viverei aqui e você aí até que algum acaso nos leve para o mesmo lugar, até que você possa me ouvir te chamar e ver o teu sorriso; correr ao teu encontro e ver os teus braços abertos; me enlaçar no teu corpo em um abraço apertado e ter a certeza que você estará tão feliz quanto eu.

                                                                                 R.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Neste mundo você tentou não me deixar para trás só. Não há outro modo, eu rezei aos deuses para deixarem ele ficar. As lembranças aliviam a dor por dentro, Agora eu sei porque. Todas as minhas lembranças mantém você próximo. Em momentos silenciosos imagino você aqui. Todas as minhas lembranças mantém você próximo. Seus sussurros silenciosos, lágrimas silenciosas. Me fez prometer que eu tentaria encontrar meu caminho de volta nesta vida. Eu espero encontrar um modo para me dar um sinal que você está bem. Me recordo novamente, isto é o valor de tudo, então eu posso continuar seguindo. Juntos em todas essas lembranças, eu vejo seu sorriso.  Todas as lembranças eu guardei tão bem. Meu bem, sabes que irei amá-lo até o fim dos tempos.
 
                  
                  Todas as minhas lembranças...

Mochila nas costas, sandálias nas mãos e o cabelo preso. À frente: o mar; atrás: o passado. Inúmeras nuvens estão sobre mim, mas queria que chovesse, estou caminhando pela praia há mais ou menos vinte minutos e não há ninguém além de mim. Demorei um certo tempo para perceber que estive durante toda minha vida como estou agora, sozinha. Parei, sentei e esperei te encontrar "por acaso", mas ninguém apareceu, quis perder todos os meus documentos ou qualquer outra coisa que revelasse a minha identidade, me jogar no mar e me deixar levar para algum lugar tão longe que eu não pudesse mais voltar. 

Quis morrer só pra saber quem choraria por mim ou pela minha personagem. Quis deixar tudo para trás e começar de novo, do zero. Sim, eu quis desistir. Fugir para o sul com documentos falsos não seria uma má idéia, afinal eu tenho várias faces e algumas delas ainda estão na caixa. Vem comigo, amor. Vamos mostrar para o mundo do que somos capazes, viajaremos juntos para qualquer lugar, e enquanto tivermos um ao outro seremos imortais.

Vamos aproveitar o que o mundo nos reserva enquanto ainda somos jovens, tenha coragem e me acompanhe, ou fique para trás junto com o passado enquanto eu caminho para o futuro sozinha, indo em direção do mar sem que ninguém possa me impedir, até por quê não há quem possa fazer isso, não mais.

                                                                                                            R.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010



Faria tudo que você quisesse, as maiores loucuras. Deixaria que você me guiasse de olhos fechados, deixaria que você me observasse dormir, te mostraria o lugar que escondo o meu diário, contaria os meus medos, segredos e desejos, permitiria que você visse o meu universo, te diria os nomes dos meus filmes, músicas e livros favoritos, te faria sorrir a cada segundo, te faria bem. Tudo seria diferente se você quisesse.

Os teus segredos estariam salvos comigo, seriam os nossos segredos, seríamos um para o outro o porto seguro, serei o seu alicerce, te daria explicações bobas para assuntos sérios, estaria ao seu lado quando precisasse de mim. Te levaria junto comigo para qualquer lugar que eu fosse. Estaríamos - de certa forma - novamente juntos mesmo que estivéssemos longe estaríamos felizes. Você só precisa dizer que ainda me espera.

                                                                                                      R.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Músicas velhas, filmes sem cores e livros amarelados sempre me traíram muito. Aprendi a ter um gosto por clássicos e eles me ajudaram em certas situações. Enfim, vi muitos filmes românticos e no fundo eu tinha inveja daqueles personagens. E quem nunca teve? Toda adolescente da minha idade sonha com isso, e sonhar não é um erro, é um dom.

E eu ainda sonho em encontrar o meu amor de cinema, aquele que a gente sabe que só encontra uma vez na vida, aquele que nos tira o fôlego e que é um canalha, mas que no final se torna um mocinho. Aquele que, mesmo com a distância estará lá, nos esperando e que se fosse preciso esperaria uma eternidade. Mas isso não existe na vida real, ninguém é tão perfeito assim sem seguir um roteiro.


Talvez o meu amor de cinema ainda seja um canalha ou talvez eu esteja no filme errado. Talvez ele esteja no meu dia-a-dia e eu ainda não tenha notado. São tantos filmes, histórias, roteiros, trilhas sonoras e eu... Tentando ser a mocinha nisso tudo. É, errei de papel, sou uma figurante qualquer - louca, talvez - que sonha, apenas sonha e é reprimida por isso. Agora me diga: o que seria das pessoas se não fosses os sonhos? Shakespeare não seria nada se não sonhasse para ter ispiração! Einstein não seria nada, Freud não seria ninguém!


 E se eu não sonhar como eles sonharam serei um nada, mais uma pessoa inútil nesse planeta, mais alguém anônimo, egoísta e clichê em meio a multidão desse mundo. E eu não quero ser um nada, um fracasso, e sabe por quê? Porque me dou ao luxo de sonhar e trabalhar para que isto se torne real. Não serei mais uma adolescente que espera o príncipe aparecer, eles só existem nos contos de fadas. E embora eu também sonhe com um amor, prefiro outros gêneros, mais realistas e mais fáceis de tornar realidade.

                                                                                                                   R.

sábado, 11 de dezembro de 2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Foi lindo a forma que você me defendeu daquilo tudo. Daqueles dementadores voando sobre a carne fresca, tentando peverter mais uma alma pura e limpa. Você é o meu escudo. E eu serei a razão pela qual você continuará forte, enquanto houver monstros, será a minha luz na escuridão, a melodia no silêncio, e o anjo que acabará com os meus pesadelos. Ao amanhecer não haverá mais nada; nem monstros e nem pesadelos, haverá você e eu, somente.
Mais uma forma de me fazer sorrir, você pode não me conhecer tão bem, mas me faz sentir como se eu não conseguisse esconder nada de ti. E eu não consigo mesmo. As palavras são poucas, podem se resumir em poucas, mas as musicas são intermináveis, estamos presentes em todas as letras, te vejo nas entrelinhas. E isso pra mim é suficiente, e não há nada que mude a minha opinião.
 
                                                                                                                  R.

sábado, 4 de dezembro de 2010


Queimei tudo que me ligava a você, com o seu veneno. Acendi um cigarro, peguei o carro e tentei esquecer o tempo que passamos juntos, peguei todas as suas bebidas caras, aquelas que você comprou com o meu dinheiro e derramei-as no chão, encharcando de vinho tinto o meu tapete persa. Ao longo dos meus 24 anos planejei viver com alguém como você. Pura perda de tempo. Acendi todos os seus charutos e os joguei sobre o vinho, fazendo queimar a nossa sala de estar. Peguei sem pressa o meu casaco, as chaves do carro e caí na estrada, com a musica alta e o fogo queimando tudo que restava da minha vida ao seu lado; as fotos, os vídeos, os nossos discos. Queimei tudo que me fazia lembrar você, só há uma recordação sua em mim: os teus olhos nos meus.

Espero encontrar uma pousada para passar a noite, e talvez amanhã eu venda essa lata velha em que passamos noites e mais noites vendo a lua cheia. Vou recomeçar, dessa vez sem cigarros e vinhos. Não posso correr o risco de deixar tudo acontecer de novo.
E nem quero.                                                                                                                     R.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sempre fui uma pessoa cheia de manias, dentre elas há uma que tem me preocupado nas últimas semanas. Toda noite antes de dormir eu penso no passado, reflito sobre o presente e faço mil e um planos para o futuro, o que não adianta muito, eles acabam, de uma forma ou de outra mudando na noite seguinte, é bizarro.

O que me preocupa é que eu não tenho como fazer planos se o meu presente está bagunçado, passei noites em claro olhando para o teto por não obter sucesso. Inúmeras vezes vi o sol nascer, assisi o niício de mais um dia que me levará à mais uma noite interminável, que passarei vagando pelo meu passado até que algo seja decidido e eu possa dormir tranquila. Há muito tempo atrás, no primário me falaram que já nascemos predestinados, fui reprimida por não acreditar.

A vida é nossa e levamos no bolso o direito de sonhar e tornar realidade. É o que venho tentando voltar a fazer, não devo me precipitar, meter os pés pelas mãos e ficar sofrendo com a dor e a crueldade do arrependimento é tudo que menos preciso. COm o tempo voltarei a fazer planos intermináveis para o meu futuro que pode nem chegar e até isso acontecer passarei noites e mais noites acordada, vendo pela janela o sol nascer e se pôr, incansavelmente.

                                                                                  R.
Fico mais confusa a cada dia que passa. Já não sei se ainda quero o que queria há algum tempo, sinto necessidade de mudar, variar um pouco mais. No fundo, tudo foi egoísmo - ou não. Deveria ter sido mais centrada, mas eu quis tudo pra mim. Disse coisas que não sentia, ou tentei sentir algo que não era capaz.

Tenho chaves nas mãos, das quais sei que muitas delas são falsas, são todas muito parecidas e eu não sei qual porta abrir, tenho medo de pegar umas das chaves falsas e entrar em um vazio onde estaria sozinha, no escuro. O meu coração está acelerado, a cada minuto tenho menos tempo para enfrentar o meu destino.. Todas as portas são tentadoras, elas gritam meu nome e eu não sei a que voz devo responder, não posso demorar muito, as maçanetas ficarão enferrujadas caso eu não abra logo.

 Cada porta tem uma cor e cada cor significa algo pra mim, se ao menos eu pudesse abrir todas ao mesmo tempo.. A minha cabeça gira e se eu fechar os olhos todas aquelas portas podem desaparecer, como já aconteceu, não posso jogar tudo para o ar simplesmente porque não sou capaz de suportar que isso tudo caia sobre mim, preciso aguentar firme até estar pronta para escolher uma chave e aceitar o que estará do outro lado da porta.

Seria toloce seguir em frente sozinha, pois a cada passo da minha caminhada o número de portas aumentará e terei mais chances de fazer a escolha errada. Não demorarei muito para escolher a minha chave, demorarei para caminhar em direção da fechadura que guarda o meu destino, a névoa aumenta e eu não sei mais de que direção vem as vozes, estou tão confusa que nem sei se ainda há ou não essas vozes.

 Deixarei as chaves sobre a mesa oir mais algum tempo, suficiente para que as fechaduras falsas se quebrem, pois elas não são tão boas quanto as de verdade. Desse modo não correrei o risco de continuar sozinha.

                                                                                                                 R.