sábado, 18 de dezembro de 2010


Mochila nas costas, sandálias nas mãos e o cabelo preso. À frente: o mar; atrás: o passado. Inúmeras nuvens estão sobre mim, mas queria que chovesse, estou caminhando pela praia há mais ou menos vinte minutos e não há ninguém além de mim. Demorei um certo tempo para perceber que estive durante toda minha vida como estou agora, sozinha. Parei, sentei e esperei te encontrar "por acaso", mas ninguém apareceu, quis perder todos os meus documentos ou qualquer outra coisa que revelasse a minha identidade, me jogar no mar e me deixar levar para algum lugar tão longe que eu não pudesse mais voltar. 

Quis morrer só pra saber quem choraria por mim ou pela minha personagem. Quis deixar tudo para trás e começar de novo, do zero. Sim, eu quis desistir. Fugir para o sul com documentos falsos não seria uma má idéia, afinal eu tenho várias faces e algumas delas ainda estão na caixa. Vem comigo, amor. Vamos mostrar para o mundo do que somos capazes, viajaremos juntos para qualquer lugar, e enquanto tivermos um ao outro seremos imortais.

Vamos aproveitar o que o mundo nos reserva enquanto ainda somos jovens, tenha coragem e me acompanhe, ou fique para trás junto com o passado enquanto eu caminho para o futuro sozinha, indo em direção do mar sem que ninguém possa me impedir, até por quê não há quem possa fazer isso, não mais.

                                                                                                            R.

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