sábado, 4 de dezembro de 2010


Queimei tudo que me ligava a você, com o seu veneno. Acendi um cigarro, peguei o carro e tentei esquecer o tempo que passamos juntos, peguei todas as suas bebidas caras, aquelas que você comprou com o meu dinheiro e derramei-as no chão, encharcando de vinho tinto o meu tapete persa. Ao longo dos meus 24 anos planejei viver com alguém como você. Pura perda de tempo. Acendi todos os seus charutos e os joguei sobre o vinho, fazendo queimar a nossa sala de estar. Peguei sem pressa o meu casaco, as chaves do carro e caí na estrada, com a musica alta e o fogo queimando tudo que restava da minha vida ao seu lado; as fotos, os vídeos, os nossos discos. Queimei tudo que me fazia lembrar você, só há uma recordação sua em mim: os teus olhos nos meus.

Espero encontrar uma pousada para passar a noite, e talvez amanhã eu venda essa lata velha em que passamos noites e mais noites vendo a lua cheia. Vou recomeçar, dessa vez sem cigarros e vinhos. Não posso correr o risco de deixar tudo acontecer de novo.
E nem quero.                                                                                                                     R.

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