quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Algumas das vezes que sonhei contigo te vi segurando um livro, que você cuidava com toda a sua atenção, e carinho. Depois, te vi arrancando com amargura as belas páginas escritas, deixando apenas a capa e a contra capa desse livro, como se fosse a carcaça de um corpo sem vida. Quando já não restava mais nada dele, você tentou reconstrí-lo, mas não conseguiu, e as lágrimas foram caindo com facilidade e calma dos seus olhos tristes, rolando pelo rosto macio, quase pude ouvir os seus soluços.

Também vi quando outro homem apanhou com delicadeza as páginas espalhadas no chão, levando-as juntamente com a carcaça, que, outrora guardaram, protegiam a história. Vi, em outro sonho que o mesmo homem caminhava lentamente, segurando o livro, refeito, como se nunca tivesse sido despedaçado. Agora compreendo que aquele livro era eu, e que as páginas rasgadas que você tentou reconstruir foram, um dia a história que fizemos juntos, a mesma história que nunca mais voltou a ser escrita.

                                                                                                                 R.

2 comentários:

  1. Ruhama!
    Escrever é uma arte, as idéias surgem na imaginação e ganham forma através das palavras sábias de quem escreve, nos transporta para lugares inesperados, onde só o pensamento pode alcançar.
    Parabéns!!!
    Francisca Gleuma

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  2. Tia, você é muito puxa saco kk
    Mas eu agradeço muito, não sabe o quanto eu fico feliz em saber que você gostou.

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