terça-feira, 1 de fevereiro de 2011


Um rosto estranho me fitava nos olhos tentando descobrir algum segredo ou alguma maneira de me intimidar, tinha cabelos avermelhados que desciam pelos ombros, dando-lhe um contraste quase bonito, olhos castanhos, lábios finos e bochechas rosadas.

Era uma face meiga, com ar infantil, mas carregava uma expressão triste nos olhos, quase desesperada, como se pedisse socorro. O vento bagunçou-lhe os cabelos perfeitamente penteados e ela pareceu não se importar com isso, continuou petrificada diante de mim.

Pensei em sorrir, tentando fazer a pobre criança repetir o gesto, levantei a mão e ela fez o mesmo até que pudéssemos nos tocar. Recuamos ao mesmo tempo. Desviei meu olhar dela durante um segundo e quando voltei a olhar ela fazia o mesmo. De certa forma, aquilo não era eu, era como se fosse a criança do que serei tentando me proteger do que sou. Ou talvez apenas o meu reflexo no espelho.

                                                                                                                         R.

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