terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Foi naquele instante que me arrependi de tudo.
De todas as ligações, conversas, de todas as noites, de todas as vezes que chorei, do sofrimento, da saudade, dos beijos, das frases mais bonitas, das risadas, de todas as linhas que foram escritas com tanto carinho, dos abraços e afagos, dos surtos, de todas aquelas músicas, da alegria, gratidão, do amor e do ódio, das madrugadas em claro.

Arrependo-me de ter cedido tão fácil um sentimento único, de ter compactuado e cedido certas coisas, de ficar em silêncio quando quis gritar, das promessas. Me arrependi de não ter desistido antes, de ter rasgado todas aquelas folhas em vão.

De beber e de não ter bebido mais, de todas as vezes que acreditei em você, de ter sido boa demais pra todo mundo e nunca ser boa o suficiente, de ter acreditado que isso daria certo, me arrependo das fotos e dos últimos doze meses, daquela viagem e de todos os pedidos feitos para estrelas cadentes, do tempo perdido e de todas as mudanças, me arrependo de ter aberto mão da minha vida, de tentar enxergar um alguém que só eu achava que existia, das declarações e dos suspiros, da ingenuidade, perseverança e inocência, dos sonhos e esperanças, das atitudes por impulso e de sempre se importar com quem sequer lembra que eu existo.

Me arrependo do altruísmo, futilidade, luxúria, de agradecer, de não desprezar, de esperar, de me deixar transparecer, de sorrir, corresponder, lembrar e de tentar esquecer, da superação, de tentar sentir ódio e desprezo, dos desabafos, da ignorância, de viver a mercê de alguém que há muito não vive por mim.

Dos rascunhos e das falsas esperanças, do apego, desprendimento e do ciúme, da humildade, carisma, da afeição. Da trilha sonora, do caderno, da covardia e, por fim me arrependo das últimas vinte e três linhas.
                                                                                                                                                                                                                            R .

Nenhum comentário:

Postar um comentário